Desde que estudei a sua vida, me apaixonei por alguém tão amável e entregue a Deus. Sim, porque ele amava tudo e a todos - digo, animais, pessoas, plantas,...- e entregava a sua vida inteiramente a Deus. No mundo em que estamos vivendo hoje em dia, onde tudo é sobre o individual, que cada um tem que achar a sua felicidade, sentir prazer no outro se não não vale, seria ótimo termos vários São Franciscos por aí.
Só que isso pode sair da imaginação, da minha imaginação. É só amar tudo e a todos ;) Pode até parecer simples, mas não é. Como disse, o mundo tem seus vícios e, infelizmente, nós temos alguns deles. Sabe aquela frase de João Paulo II: "ser no mundo, não do mundo"? Pois é, temos todos que alcançar essa façanha, mas há de convir comigo que não é algo fácil. Algo que tu descobre no domingo e segunda já está pronto.
Pensa comigo: como posso amar aquela pessoa que me incomoda na aula, no trabalho? Como posso amar aquela chuva, se eu tenho que voltar de ônibus e assim fico com frio? Como amar aqueles 35º C de uma Porto Alegre úmida? Ou mesmo, como posso amar o meu irmão mesmo com todos, eu digo, todos os seus defeitos? Aquele familiar? Como? Como? Como? ...
Se nós formos pensar, nós estamos tanto no ritmo do mundo com todas aquelas loucuras de não parar pra respirar em nenhum momento de seu dia, nenhum momento para orar. Será que São Francisco está certo hoje mesmo tendo morrido há mais de 500 anos? Eu acredito que sim.
Lembro que li uma biografia dele e falava que no começo de sua vida como frade, o qual não possuía nada, ele tinha que contar com a doação de comida das pessoas. Só que ele, há pouco tempo, era rico e tinha tudo do melhor. Falava que ele sentia nojo no início e depois entregava tudo, pensava "se Deus me deu essa comida, é para eu comer", "se a mãe chuva resolveu se manifestar hoje no dia de frio, ela será a minha amiga e eu a agradecerei por tudo", ... Quantas vezes nós não tivemos nojo de coisas tão simples?
Teve uma vez que eu nunca senti tanta vergonha de mim. Estava tendo um galeto na minha paróquia e nós tínhamos que pegar os pratos e despejar o resto de comida em um saco de lixo. Tive nojo até o final, por pegar na comida e tudo - lembrando que eu estava de luvas. Uma guria da pão me disse "Por que tu está com nojo? Tem gente que vai comer isso". E era verdade, aqueles que não tem nada e não por sua opção iria comer aquilo e eu estava com nojo daquilo. Aquele dia foi um dia bem constrangedor pra mim, achei meio injusto da minha parte ter agido daquela forma.
Pode ser um exemplo bobo, mas mostra como nós estamos acostumados com o bom e o melhor, enquanto nós devíamos agradecer constantemente por estarmos vivos, tendo comida em casa e uma ótima cama para dormir. Comecei a dar valor para a minha cama depois da JMJ :P hehe
O triste da nossa caminhada de amadurecimento é que sempre devemos passar pelas piores situações para poder entender o poder de Deus e toda a sua grandeza. Pelo menos comigo é assim. E admiro muito aqueles que conseguem crescer em sua fé sem passar por nenhuma provação.
Voltando a São Francisco, quero deixar a sua oração aqui, já que resume tudo o que eu falei:
"Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna."
Fiquem com Deus
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